O que uma criança lituana da era Soviética, filho de mãe lituana e pai curdo-iraquiano, criada em Bagdá, e um cidadão de Berlim nascido em Manchester poderiam ter em comum? A visão de um futuro sombrio e uma mão para boa música.
Alanas Chosnau conheceu Mark Reeder no festival internacional de cinema da Lituânia em 2015, onde Mark estava exibindo seu documentário sobre sua vida durante os anos 80 “B-Movie (Lust & Sound in West Berlim)”. Alanas gostou do filme e do som do trabalho anterior de Mark e expressou sua ambição de fazer um álbum em inglês. Tendo uma longa experiência na criação musical, eles decidiram trabalhar juntos.
Mark, que se mudou de Manchester para Berlim Ocidental em 1978, começou a trabalhar na loja Virgin Record nos anos 70 e nunca deixou o ramo da música, acrescentando experiências interessantes ao longo de suas quatro décadas de carreira.
Ele formou a banda punk The Frantic Elevators, juntamente com Mick Hucknall (Simply Red) e Neil Moss em Manchester, no início de 1977. Depois de decidir deixar a Grã-Bretanha, ele se tornou um promoter do Joy Division, depois representante da Factory Records na Alemanha. Também foi manager da all-girl band avant-garde Malaria! e tocou nas bandas darkwave Die Unbekannten e Shark Vegas. Em 1990, ele fundou a gravadora MFS e lançou as carreiras de muitos artistas e DJs conhecidos, como Paul van Dyk, Ellen Allien, Corvin Dalek ou Johnny Klimek (Effective Force). Hoje, Mark é um procurado produtor e remixador de música.
Alanas se interessou por música desde tenra idade e, de acordo com a banda, a queda da União Soviética provavelmente o impediu de passar a vida escravizado em um fabrica ouvindo músicas pop soviéticas. O cantor participou no que se tornaria um dos grupos pop lituanos de maior sucesso, Naktinės Personos, junto com Aras Vėberis em 1992, projeto musical que durou até 2001, após o fim da banda, embarcou em uma também bem-sucedida carreira solo.
Apesar do status de celebridade na Lituânia, Alanas sentiu vontade de ultrapassar seus próprios limites e tentar novos caminhos, a chance de trabalhar com Mark Reeder foi uma oportunidade perfeita para dar o passo desejado.
Ao longo dos meses, Mark e Alanas discutiram o conceito que desejavam apresentar com o novo projeto. Eles decidiram apresentar um álbum com som retro-moderno, que evoca a ilusão de uma era da música que foi negada a muitos cidadãos soviéticos, enquanto, ao mesmo tempo, apresentava um álbum que fosse moderno para os ouvintes de hoje.
O Álbum, Children of Nature, é um reflexo de suas experiências pessoais e esperanças para o futuro. A impressionante imagem da capa, representando duas crianças em um mundo distópico, envia uma mensagem sutil sobre o que o futuro pode se tornar se você não prestar atenção ao que está acontecendo e se recusar a agir.
O primeiro vídeo “All Alone”, uma música “dedicada a todos aqueles que se sentem isolados em casa”, com seus vocais assombrados perguntando “Alguém se sente da mesma maneira que eu?” captura o peso da solidão em nossa saúde física e mental.
De Kratwerk a Joy Division a OMD, de texturas darkwave a melodias synthpop, de arpejos dos anos 80 às preocupações atuais, o Children of Nature é uma mistura bem equilibrada que agradará aos fãs de música eletrônica pós-punk de qualquer geração.
“All Alone”, uma música “dedicada a todos aqueles que se sentem isolados em casa”, captura o peso da solidão em nossa saúde física e mental.
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